quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Aprender a Amar...



“Os ventos que por vezes nos tiram algo que amamos são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar. Por isso, não devemos chorar pelo que nos foi tirado mas sim, aprender a amar o que nos foi dado, pois aquilo que é verdadeiramente nosso, nunca se vai para sempre… “

Até hoje, já várias vezes senti a necessidade de fazer passar esta mensagem a um amigo, a um colega, a um familiar… e na verdade, também já várias vezes, em momentos menos fáceis da minha vida, também a fiz passar a mim mesma. Aliás, penso que para sermos Seres capazes de passar este tipo de pensamentos, a qualquer pessoa que seja, temos de antes compreender aquilo que por de traz do mesmo está. E quando se trata de questões de carácter mais sensível, devemos saber escolher o momento correcto ou mais propício e a forma mais decente para pronunciar ou manifestar tais mensagens.
Já tive alguns momentos de perda na minha vida… momentos em que sofri muito, momentos em que pensei o porquê de tudo aquilo, momentos em que me tentei apoiar e apoiar as pessoas que nas mesmas circunstâncias também sofreram. Hoje penso nestas coisas e apenas quero ter a certeza de que tudo o que fiz em tais momentos me ajudou a superar a fase menos boa por que passava, e que também ajudei os outros. Quem me conhece sabe que à coisa de ano e meio “perdi” alguém que na verdade muito amei, alguém que muito fez para conquistar o meu amor, alguém que aprendi a amar, alguém sempre muito especial para mim. Inocentemente perdi essa pessoa, mas hoje sei que apenas a não tenho comigo fisicamente, porque na verdade penso nela todos os dias, varias vezes e trago-a no coração, porque “aquilo que é verdadeiramente nosso, nunca se vai para sempre… “, nunca se vai de nós, nunca se vai da nossa vida. Na altura sofri, sofri muito, chorei, chorei muito… mas sei que não fui a única pessoa… outras também sofreram e naquele momento, e para me ajudar a mim, preferi apoiar essas pessoas, preferi estar com elas em cada momento, preferi escutar a dor delas, porque isto fazia aliviar a minha. Naquele momento apenas quis pensar que era uma fase superável, uma fase que abriria outras portas, uma fase que me colocava à prova e testava a minha dor e sofrimento. E na verdade, a forte e intensa vontade que na altura tive para ajudar as pessoas a superar tal fase foi também a mesma que me ensinou a ser mais forte, a ser mais autónoma, a crescer enquanto pessoa… e como me dizem algumas pessoas com quem hoje falo e que na altura também sofreram bastante, pessoas minhas amigas, aquela foi também a fase em que eles compreenderam e notaram a enorme força que tenho e principalmente o espírito de apoio e atenção que sei dar. Hoje estou perfeitamente consciente das alterações que aquele acontecimento teve na minha vida. Falo com pessoas amigas sobre o acontecido e sinto que tudo aquilo me ajuda ainda mais. Alguns amigos que me consideram fisicamente bastante sensível não compreendem como consigo ser tão forte e vencer estes momentos de forma natural. Mas sobre isto apenas sei dizer que não ultrapasso estes momentos completamente sozinha, as pessoas estão comigo e de uma forma ou de outra conseguem aliviar a minha dor e o facto de nesses momentos eu as tentar também ajudar é como que de uma forma ou de outra consigamos recuperar aquilo ou quem “perdemos” (fisicamente). Por isto, penso que se torna cada vez mais importante colocar esta mensagem na boca, transmiti-la aos outros e a nós mesmos. Eu já fiz isto e hoje sinto que muito me ajudei e auxiliei os outros. Eu acredito que os ventos, os momentos, os acontecimentos e as circunstâncias que por vezes nos “tiram” algo ou alguém que amamos são os mesmos ou mesmas que nos trazem algo ou alguém que aprendemos a amar. “Por isso, não devemos chorar pelo que nos foi “tirado” mas sim, aprender a amar o que nos foi dado, pois aquilo que é verdadeiramente nosso, nunca se vai para sempre… “.
Penso importante reflectir sobre esta mensagem e sempre que possível, fazer dela, uma mensagem nossa e utiliza-la enquanto auxilio e apoio para alguém em momentos de necessidade, em momentos como os que eu tive, porque isto nos fará sentirmo-nos pessoas capazes de ajudar… pessoas úteis… porque isto também nos ajuda a nós mesmos…



3 comentários:

Gonçalo disse...

Impressiona-me o teu estoicismo em ajudar os outros mesmo quando te estás a sentir pior ou igual que eles...Acredito muito que assim tenha sucedido mas às vezes é difícil acreditar que alguém possa ser assim, dotada de tanta entrega e vontade de amar o próximo. No entanto, procurando que mantenhas estas qualidades raras, gostaria que pensasses também em ti porque a felicidade também tem de ser tua e, por muito que digas que estás feliz quando fazes os outros feliz, eu sei que essa felicidade não é próxima da plenitude e que precisas também de te sentir amada e acolhida com carinho pelos outros...
Como tu disseste, a vida é bem vivida quando pensamos no que temos e na felicidade que essas coisas nos proporcionam, em vez de pensar no que nos falta..Quando pensamos no que nos falta, encontramos um rol enorme de coisas que ambicionamos ou que recordamos, e que no presente não podem contribuir para a nossa felicidade...Ficamos a viver no mundo dos "Ses" quando temos de viver o tempo presente, lutando ao mesmo tempo por esses desejos que nos acompanham.
Há cerca de ano e meio perdeste uma pessoa muito especial, talvez a pessoa mais especial que alguma vez conhecerás, mas a luta tem de continuar porque onde quer que essa pessoa esteja, essa pessoa está a interceder pela tua felicidade, guiando-te no caminho da felicidade como o teu anjo da guarda. E ele quer ver-te feliz e, quando essa felicidade está mais ofuscada, lembra-te do teu anjo da guarda, dos teus verdadeiros amigos que eu sei que tens, da familia unida que te adora, das pessoas que te apreciam como uma referência para elas...
Além disso, é importante não esquecer que a vida é um caminho feito de altos e baixos, em que os altos são as montanhas e os baixos os vales, e que é preciso ter força e consciência dos maus momentos para crescer interiormente, e aproveitar a passagem pelo pico da montanha para descansar e saborear os momentos de prazer...Agora, se queremos estar sempre no vale à espera que alguém nos leve para a montanha, então muito dificilmente veremos de novo o sol como vimos noutras alturas da montanha. Acredito que quem leia esta mensagem chame-me um lírico, um eterno sonhador, sim é verdade sou isso e muito mais, sei que o sentido da vida passa por um enorme crescimento e consciência dos momentos bons e menos bons, mas que mesmo nos piores momentos temos a força suficiente para ultrapassar os obstáculos, temos é de acreditar em nós e numa estrela que orienta o nosso rumo. No meu caso, acredito que essa estrela seja Deus, Deus esse que acredito que tem mensageiros para mim na Terra e no Céu, e que me orientam nesta caminhada tão difícil mas ao mesmo tempo tão prazerosa e reconfortante...
Precisamos de nos ajudar a nós mesmos para depois ajudar os outros a chegar à montanha...
Procurem ser felizes:)

Anónimo disse...

Linda, não quero partir sem antes deixar contigo aquela música que muitas vezes cantamos juntas na praia à noite.

Parto hoje da Madeira e levo-te comigo, para sempre. Tu sabes isso. Tal como eu sei que nunca me deixarás sozinha.

Adoro-te amiga e mais uma vez: OBRIGADA por tudo. Nunca conhecerei de certo ninguém como tu, com tanta, tanta, e tanta entrega às pessoas de quem gosta. és Única AMIGA... para SEMPRE contigo...

Beijinho e um Abraço daqueles iguais aos que muitos trocamos...

eu não sei quem te perdeu...

Quando veio
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".

E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.

Uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite sou
Dono do céu,
Eu não sei quem te perdeu.

Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.

E partiu
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.

Uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite sou
Dono do céu,
Eu não sei quem te perdeu

Pedro Abrunhosa

ADORO-TE MUITO...

Anónimo disse...

Olá Sofia, já li alguns dos teus posts do blog, e vou dizer-te uma coisa. Eu sou uma sonhadora e ao ler alguns deixei-me levar pelo entusiasmo, pois alguns pareciam escritos para mim, tu consegues chegar ao coração das pessoas, ao ponto de as transportares para o que escreves, entrando nesse mundo dos teus poemas. Eu gostava de comentar todos mas iria me tornar repetitiva por isso fiz este comentário no geral, até aos que li pois ainda quero ler todos. Mas até agora o que me marcou mais mesmo foi esta tua mensagem que li e reli, e meu Deus como me diz tanto, tem tanto de parecida com a minha vida, dado que eu já perdi não só uma pessoa mas varias na minha vida, como foi difícil, mas mesmo assim sempre passei a imagem de alguém forte, para as outras pessoas para que elas que já estavam a sofrer imenso com a perda, não sofressem com o meu sofrimento, como tu dizes e bem isso tb me tornou mais forte embora ainda tenha momentos em que me deixo ir um pouco abaixo mas que faço de tudo para me levantar. Sabes Sofia eu já não sou uma criança, é verdade mas ainda sonho com a felicidade, se não voltar a ter alguém especial a quem amar, quero ser feliz amando os meus filhos, a minha família, os meus amigos e o grande tesouro da minha vida a minha neta.
Um beijinho para ti…continua linda não deixes de escrever.