quinta-feira, 20 de julho de 2006


Tudo o que eu te dou...tu me dás a mim…


Eu não sei, que mais posso ser
um dia rei, outro dia sem comer
por vezes forte, coragem de leão
às vezes, fraco assim é o coração
eu não sei, que mais te posso dar
um dia jóias; noutro dia o luar,
gritos de dor, gritos de prazer
que um homem também chora
quando assim tem de ser.

Foram tantas as noites
sem dormir,
tantos quartos de hotel
amar é partir...
promessas perdidas
escritas no ar
e logo ali eu sei...

Tudo o que eu te dou
tu me dás a mim
tudo o que eu sonhei
tu serás assim
tudo o que eu te dou
tu me dás a mim
tudo o que eu te dou

Sentado na poltrona, beijas-me a pele morena
fazes aqueles truques que, aprendeste no cinema
Mais! peço-te eu, já me sinto a viajar
pára, recomeça e faz-me acreditar

Não, dizes tu, e o teu olhar mentiu,
enrolados pelo chão no abraço que se viu
é madrugada ou é alucinação,
estrelas de mil cores, extasy ou paixão
hum, esse odor, traz tanta saudade
mata-me de amor, dá-me liberdadede
ixa-me voar, cantar e adormecer

Tudo o que eu te dou
tu me dás a mim
tudo o que eu sonhei
tu serás assim
tudo o que eu te dou
tu me dás a mim
tudo o que eu te dou



Sempre que escuto esta canção, debruço-me sobre o sentido da vida. Talvez seja a acção recíproca que se estende no verso principal da canção: “Tudo o que eu te dou, tu me dás a mim...”. É assim que funciona, ou pelo menos, devia funcionar. Não pode ser de um outro modo. Se não for desta forma, o amor será sempre dor e a amizade inexistente. Tudo se gera num constante dar e receber. Mas esta troca não tem de ser equitativa: podemos dar uma prenda cara e receber em troca um sorriso que, para quem ama, pode valer mais que mil tesouros. Às vezes basta apenas darmos um pouco do nosso tempo e em troca recebermos atenção. Não interessa o que se dá e o que se recebe o que importante é que o gesto seja feito com o coração.

2 comentários:

Gonçalo disse...

Já te confidenciei que Pedro Abrunhosa é, na minha opinião, um dos génios da música portuguesa, senão o maior deles todos...Já te confidenciei que "Eu não sei quem te perdeu" é a música que mais gosto dele e, talvez, a música da minha vida...Mas ainda não te confidenciei que "Tudo o que eu te dou" é a segunda música que mais gosto da sua autoria, abordando o amor que se pode transmitir, tanto entre amigos como entre amantes.
De facto a vida é, ou deveria ser um constante dar e receber, pelo menos sou uma das pessoas que tenho isso em conta, talvez atendendo mais ao dar que ao receber...Por vezes, tal facto deixa-me revoltado com as pessoas que compõem este mundo, mas acredito que estou no caminho certo e que se há alguém que se deveria adaptar para melhor seriam essas pessoas...Se neste mundo pensássemos mais no próximo em vez de olharmos tanto para o nosso umbigo, acho que viveríamos todos um pouco mais felizes, não haveria tanta desigualdade, não haveria tanta administração de medicação anti-depressiva, não existiria tanta solidão, não haveria tanta lágrima...Em vez disso, funcionaríamos como uma verdadeira família, em que a ajuda que pudessemos dar aos outros, seria a nossa própria ajuda...
Infelizmente, esta mensagem que o destino nos dá não é ouvida por todos, e continuamos a esticar a corda...
Espero que quem cá passar pense nisto;)
Um grande beijinho e continua a viver a vida com paixão;)

Anónimo disse...

Lindo o teu poema.
Li e reli. Muito bom.
Beijinhos.