segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Fica e vai sempre alguma coisa...



“Cada um que passa em nossa vida,
Passa sozinho...
Porque cada pessoa é única para nós,
E nenhuma substitui a outra...
Cada um que passa em nossa vida,
Passa sozinho,
Mas não vai só...
Cada um que passa em nossa vida,
Leva um pouco de nós mesmos,
E deixa-nos um pouco de si mesmo...
Há os que levam muito,
Mas não há os que não levam nada...
Há os que deixam muito,
Mas não há os que não deixam nada...
Esta é a mais bela realidade da vida.
A prova tremenda da importância de cada um,
É que ninguém se aproxima do outro por acaso.“

Antoine de Saint-Exupéry



Tenho intensamente presente no meu pensamento esta bela mensagem de Antoine de Saint-Exupéry. Até hoje, várias vezes a escutei e também pronunciei, porque me identifico com a mesma e porque também ela faz parte de mim, e da minha vida.
Enquanto Seres singulares e particulares que somos sabemos que não existem pessoas iguais, com características pessoais totalmente semelhantes. Somos pessoas diferentes, quanto mais não seja, num único aspecto.
Ás vezes deparo-me ou sou questionada acerca da pessoa que considero mais importante para mim… eu não iria por aqui… para mim, cada pessoa tem a sua importância, independentemente daquilo que nos é. Hoje sei que sou capaz de fazer muito e muito mesmo por um familiar, por um amigo ou mesmo por alguém que ame no verdadeiro sentido da palavra… não optaria por dizer que este é mais importante do que aquele, mas sim que este me marca desta forma e aquele me marca de uma outra forma, mas que ambos são importantes independentemente da forma que o sejam.
Enquanto Seres sociais e conviventes que somos sabemos que de dia para dia podemos “sofrer abandonos” da parte de alguém que por momentos esteve na nossa vida. Vejamos o exemplo de colegas de turma: são pessoas que estão connosco e que nos acompanham no nosso percurso escolar. Um dia sabemos que o deixaram de ser, e vão-se do nosso mundo social, por razões adversas, mas na verdade, nunca se vão da nossa vida, porque de uma forma ou outra, elas marcam-nos e deixam em nós parte deles mesmos. Momentos bons, outros menos agradáveis, partilhas de instantes e muitas mais coisas, são aspectos que nunca deixaram que qualquer pessoa passe na nossa vida e nela não deixe nada. Fica sempre algo… um gesto, um sorriso, um simples olhar, uma mensagem… ficamos sempre com algo dessa pessoa, mesmo que seja algo menos positivo, algo que nos cabe tentar superar.
Todas as pessoas são única e exclusivamente elas mesmas e não existe sequer a possibilidade de serem substituíveis. Na nossa vida, “cada um que passa… passa sozinho”, porque para nós mesmos essa pessoa é única e não existe um Ser que lhe é igual, um Ser capaz de a substituir. Esse mesmo Ser que nos marca, quando parte, fisicamente, da nossa vida, nunca vai só e não deixa apenas marcas, pois também as leva. Ele leva parte de nós e deixa, em nós, parte de si mesmo. Uns levam mais e deixam também muito, mas existem também aqueles que levam pouco e os que não deixam quase nada, mas não existe aquele Ser que não leve e não deixe nada. Fica e vai sempre alguma coisa….
Penso importante reflectir sobre esta mensagem. Mostrem o que pensam em relação à mesma….