sábado, 22 de julho de 2006

Saudade...


Bela palavra esta … também eu a sinto … reflexo disso é o meu próprio blog. Afinal penso que os textos, reflexões ou poemas aqui presentes são precisamente uma espécie de recordação, saudade de algo que já vivi ou mesmo imaginei viver. Um livro que já li, uma momento que já partilhei, um debate que vi e lembrei, etc. … enfim … eu sou saudade. Nos meus momentos de reflexão sinto cada ocasião, cada situação de saudade como se ainda hoje a estivesse a viver e sei que isto acontece porque os momentos verdadeiramente especiais não se esquecem, mas vivemo-los de forma intensa sempre que os lembramos. Eu não sou excepção … vivo-os também e partilho-os porque vejo na partilha precisamente isso – uma forma de os viver intensamente …

Saudade ...
Sim, sintu-a.
Mais no presente
Do que no passado,
Mas sempre Saudade
Desse momento que já não vivo …

Interessa o presente
E dele me construo,
Mas recordo o passado
Que, para mim, não foi perdido …
Muito menos … esquecido!

Vivamos cada momento do presente, mas não pensemos nunca que o passado não mais em nós se reflectirá. Esses serão os momentos de saudade que teremos e sem eles … a credito que parte desse intenso presente não será aproveitado … sejamos fieis e seguidores da palavra … é bom ter saudades … de algo muito bom que já vivemos … tenha sido amor … amizade ... partilha … ou simplesmente um momento muito especial … saudade é algo abstracto que não temos concretamente mas, que de uma forma ou outra acabamos por possuir sempre muito intensamente ou se preferirem profundamente … claro, sempre que recordamos … podem-nos tirar ou levar algo que no contacto directo e concreto nos pode ser necessário mas, de certo, não nos tirarão a saudade, a possibilidade de a poder sentir …

"As palavras que nunca te direi"...


“As palavras que nunca te direi”… sem dúvida, uma das mais apaixonantes obras que já li até hoje…. Um livro tocante e comovente. Aliás, Sparks consegue alcançar, de maneira singular, a sensibilidade que o leva a escrever o que sente e a sentir o que escreve, (tal como eu), de modo que a narrativa seja uma espécie de flecha certeira que atinge os nossos sentimentos mais profundos. Sparks consegue fazer emergir em nós mesmos o amor, o nosso principal sentimento, com uma simplicidade cativante. “As palavras que nunca te direi” é, sem dúvida, uma das maiores e máximas reflexões de amor já existentes em todo o mundo.
Resumidamente, esta obra conta a história de um viúvo – Garret e a de uma mulher recém divorciada – Theresa. Certo dia, enquanto corria pela praia, Theresa encontra uma garrafa fechada. No seu interior estava uma mensagem de sonho que a emocionou profundamente como nunca o tinha sido até então. Era uma espécie de carta que Garret escrevera para a sua amada já falecida – Catherine. Garret nunca a esquecera e não se conformara com a sua morte. Depois de ler a mensagem, Theresa decide procurar Garret. Ambos acabam por viver uma bela história de amor que poderia ter sido ainda mais bela caso Garret não continuasse preso aos sentimentos nutridos por Catherine … uma obra marcada pelos encontros e desencontros constantes da vida e pela tristeza e dor marcadamente presentes em Garret após a separação da sua alma gémea.
Pensei muito nesta linda lição de amor e recordo constantemente as questões que a mim mesma coloquei quando li a obra. Será que só amamos uma vez na vida? Será que temos uma nova oportunidade para amar? Quem já viveu um amor muito intenso é capaz de amar novamente, da mesma maneira, uma outra pessoa? Um amor anula o outro? … No mesmo sentido, reflecti também sobre pensamentos como o que de seguida apresento: não sei o que é pior … passar a vida à “procura” de alguém e jamais o encontrar, ou encontrar esse alguém e depois “perdê-lo”. Hoje aprendi que a vida não pára. Como diz um ditado que uma vez escutei alguém dizer: " Não é por morrer uma andorinha que acaba a Primavera!". Em vez de baixarmos os braços face aos momentos menos bons da vida, devemos aprender com eles tornando-nos mais fortes, sem medo do desconhecido!... "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...". Isto surge-me quase como hino. … com isto, cabe-me concluir esta reflexão apelando ao amor presente…Amem Hoje…