quinta-feira, 13 de julho de 2006

Urgentemente



É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor,
é urgente permanecer.


Este poema é, para mim, a vida do irreal de ontem, de hoje e do sempre eterno amanha, apenas porque o próprio HOMEM não o quer… lamento e este parece também ser o sentimento do nosso saudoso e inigualável Eugénio de Andrade que tão bem lembro dos estudos da poesia das aulas de português do meu 12º ano (recordo com muita saudade). Mas enfim…
Deixemos de parte certos impulsos que nos levam a praticar as injustiças de que o mundo está “carregado” e saturado e optemos por AMAR…”é urgente o amor”… “um barco no mar”… é urgente e extremamente preciso destruir as tais injustiças de que falo… “É urgente destruir certas palavras”… colocar de parte ou abandonar por completo sentimentos de “ódio e solidão” e actos de “crueldade e lamentação”… esta prática a nada de bom para nós mesmos nos leva… prefiramos firmemente “inventar alegria” e mantê-la entre nós… “multiplicar os beijos, as searas; descobrir rosas e rios e manhãs claras”. Tudo isto é melhor e traz felicidade, dando-nos uma vida quase de sentimento eterno… e, porque tudo nos cai em cima – o silêncio e a luz impura… permaneçamos porque é urgente, muito urgente o AMOR…